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003 - Minha trajetória na EMGERPI

>> domingo, 20 de setembro de 2009


Dia 17 de abril de 2008. Não dá para esquecer esta data, pois foi o dia em que ingressei na EMGERPI.

Eu já estava morando em Teresina a algum tempo, cursando Direito, quando recebi uma visita do meu tio Leônidas (Esperantina). Ele disse que a pedido de minha mãe havia conseguido com seu deputado estadual (Xavier Neto) uma vaga para mim na EMGERPI. Fiquei muito feliz, pois com o trabalho poderia eu mesmo arcar com os custos da faculdade.

Desde o momento em que entre na empresa procurei exercer minhas funções com retidão, honestidade e eficiência. Sempre obedecendo com precisão às ordens de meus superiores e procurando dar o melhor de mim no relacionamento com meus colegas. Estes foram, sem dúvida, os grandes responsáveis por minha trajetória de sucesso dentro do órgão.

Iniciei na EMGERPI como um dos oito coordenadores responsáveis pela Campanha de Combate à Dengue no Estado do Piauí. Sob minha coordenação estavam os município de Morro do Chapéu, Joaquim Pires, Luzilândia, Joca Marques, Madeiro e Matias Olímpio. Dado ao meu desempenho, fui nomeado pelo coordenador geral da campanha no Piauí - Paulo César, para gerenciar uma nova equipe, desta vez na rota sul. Foi quando passei a coordenar as campanhas de combate à dengue nos municípios de Francisco Macedo, Marcolândia, Curral Novo, Paulistana, São Francisco de Assis e Patos do Piauí. Mais uma vez desempenhei este espinhoso ofício com dedicação absoluta e muita responsabilidade.

E assim comecei com o pé direito meu trabalho na EMGERPI. Ao fim da campanha, bastante elogiado por meus colegas de repartição, acabei sendo indicado para o Departamento de Gestão de Pessoas (DGP). Ali, longe do trabalho de campo, passei a desempenhar papel mais administrativo e totalmente interno. Foi me dado, no início, a incubência de preparar e redigir ofícios e, posteriormente, preparar a contratação de pessoal e expedir as respectivas portarias de nomeação. Nossa! Era impressionante como a EMGERPI contratava gente. Muita gente. Gente vinda de todos os lados, com todas as rubricas imagináveis de indicação. Dentre os que mais indicavam estavam os deputados estaduais Fábio Novo, João de Deus, Flora Isabel e Fernando Monteiro. Estes eram os recordistas, com especial destaque ao presidente do meu partido (PT) Fábio Novo.

Esta foi a minha primeira fase dentro da EMGERPI. Até ai eu ainda não havia presenciado ou testemunhado nenhum ato desabonador ou que merecesse repreendas. Quanto às indicações de políticos e apadrinhamentos. Bem... Qual governo não as possui, não é mesmo?

Em uma próxima oportunidade vou relatar aqui a minha segunda fase das três que vivi dentro da EMGERPI - esta máquina governamental que movimentou um dos maiores esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro de toda a história do Piauí. Até lá!

11 comentários:

Anônimo 20 de setembro de 2009 às 10:25  

Mas vc disse que o manuseio dos recursos destinados para a Campanha de Combate ao mosquito tinham sido usados politicamente, com desvios e custeio de campanhas eleitorais de candidatos ligados ao PT. Agora você diz em seu artigo que "Até ai eu ainda não havia presenciado ou testemunhado nenhum ato desabonador ou que merecesse repreendas". Não está sendo contraditório com as suas denúncias? Gostaríamos que esclarecesse esse ponto. Desculpe. Não sou política, não sou partidária, apenas sou uma formadora de opiniões. Ainda assim, mesmo que não haja uma explicação plausível, quero que saiba que sou sua fã!

(Ana Teresa Ribeiro Sales / Teresina)

Jaylles Fenelon 20 de setembro de 2009 às 10:39  

Ana Teresa. Gostei da sua indagação, sobremodo por se tratar você de uma pessoa realmente antenada, de boa memória e que mostra estar, a exemplo de muitos outros piauienses politizados e conscientes, bastante atenta ao CASO EMGERPI. De fato não só denunciei os desvios de recursos federais da Brigada contra a Dengue como também entreguei ao Procurador Geral da República e à Polícia Federal todos os documentos que dispunha (e foram muitos) comprovando estes desvios e roubalheira do dinheiro público. Mas se você prestar bem a atenção, poderá observar que no meu artigo (como você chamou) eu contei o início da minha trajetória. Até aquele momento eu ainda não havia percebido nenhuma irregularidade no programa. Foi em ocupando outros postos dentro da EMGERPI, como você poderá perceber em “artigos” (rsrs) mais adiante que descobri o modis operandi da quadrilha, inclusive tendo acesso aos documentos que comprovavam todo o crime que ali se operou. Continue acompanhando o nosso blog, as próximas matérias, que certamente poderá observar o que estou dizendo. Mais uma vez, obrigado pela participação e espero continuar contando com sua importante visita ao nosso espaço, que também é seu.

Anônimo 20 de setembro de 2009 às 11:59  

Não deixe de expor os documentos para que possamos avaliar melhor. Muito se falou na imprensa sobre o caso, mas os meios de comunicação em momento algum revelaram o teor das denúncias. Aliás, Jailes, você foi muito prejudicado, pois deu-se muito espaço aos membros do TEU PARTIDO (PT) e a você quase nenhum. Porque o Silas Freire, Amadeu Campos e outros não te convidaram para ser entrevistado em estúdio? Porque a emissora de televisão da Assembléia não transmitiu ao vivo seu depoimento? São respostas que não querem se calar. Agora você tem a oportunidade de mostrar a todos nós o que há de fato dentro desta caixa preta. Exponha tudo e deixe que nós piuaienses possamos tirar nossas próprias conclusões. Fora isso, parabéns meu filho. Você é um jovem muito promissor. Não tenha dúvida de que fazemos um idéia, mesmo que vaga, de tudo o que você e sua família deve estar passando. Não é fácil fazer o que você está fazendo. Mas não tenha medo. Continue. Você não está só e nem está falando apenas por você. Pelo contrário. Você é um porta voz de milhares de piauienses que como você não toleram mais tanta criminalidade e privatização do dinheiro público.

Carlos Alberto R. M.

Jaylles Fenelon 20 de setembro de 2009 às 12:26  

CARLOS ALBERTO. Fiquei realmente bastante emocionado e, por que não dizer, motivado com seu comentário. Fiz um planejamento para exposição de todos os fatos que dizem respeito ao CASO EMGERPI, obedecendo, para melhor compreensão dos internautas e leitores conscientes, dado a complexidade do caso, grande volume de documentos e de eventos associados a ele. Formatei a idéia de que, ao final de toda a exposição, possa reunir todo este material e lançar um livro. Farei sim o que está me sugerindo. Além dos textos, estarei publicando, oportunamente, documentos, fotografias, gravações e toda sorte de recursos ilustrativos e comprobatórios que for possível disponibilizar. Você tem razão quando critica a postura unilateral da mídia. Mas já sabemos também como ela funciona, não e a toa que os jornalista e meios de comunicação do Estado sejam alvos permanentes de críticas e deboche da grande imprensa nacional. Mas hoje, graças ao acesso irrestrito à Internet, esse boicote já não é o suficiente para manter a sociedade alheia à realidade dos fatos. Você citou o Silas Freire. Interessante. Eu tenho uma gravação de um de seus programas onde ele diz textualmente que a sua produção havia ligado para meu celular e que eu havia dito que concederia entrevistas para qualquer um, menos para ele. QUE GRANDE MENTIROSO esse cara é. De fato me ligaram uma vez, pedindo para que eu gravasse uma entrevista. Disse que gostaria de ir ao vivo, no estúdio, gozando do mesmo direito que estava sendo dado todos os dias, há semanas, aos denunciados. Seu produtor me pediu desculpas, mas que havia uma orientação da direção da televisão para que eu não fosse ao vivo a nenhum de seus programas. Minhas declarações deveriam ser gravadas e passadas por um crivo dos diretores da TV MN. Quanto a sua indignação com a TV Assembléia, não se preocupe. Tenho as duas audiências (minha e de Lucile) gravadas na íntegra em vídeo. No momento oportuno da cronologia dos fatos iremos publicá-las aqui, disponibilizando em toda a rede. Obrigado amigo pelo comentário e pela solidariedade a mim e a minha família. Continue nos acompanhando neste espaço. É um prazer tê-lo conosco.

Anônimo 20 de setembro de 2009 às 14:03  

Me desculpe, mas eu acredito que vc foi omisso e deveria ter denunciado este esquema criminoso desde o momento que tomou conhecimento.
Vc deve querer se autopromover.
Maurilio

Jaylles Fenelon 20 de setembro de 2009 às 14:38  

MAURILIO. Primeiro quero agradecer sua intervenção em nosso blog e dizer do meu respeito irrestrito à sua opinião. Mas se me permite, gostaria de fazer algumas colocações ou, se preferir, dar algumas explicações sobre o teor de seu entendimento. Veja bem, amigo. Eu tenho 20 anos de idade e quando entrei nos quadros da EMGERPI eu ainda tinha 19 anos. Sei que minha pouca idade não justifica. Entretanto, quando cheguei do interior e tive de meu tio esta oportunidade, estava diante do meu primeiro emprego, e trabalhando com pessoas muito importantes, que ocupavam todos os dias espaços na mídia, na televisão. Há de concordar comigo que são pessoas muito poderosas e que, a tirar pelos inúmeros exemplos que temos na história do Piauí, erguer-se contra pessoas de tamanha patente sempre é muito perigoso e arriscado. Mas isso, sob o aspecto legal, também não é justificativa. Se me der o prazer de continuar lendo os próximos relatos que irei publicar, creio que ficará claro para você que quando comecei a perceber toda a corrupção que estava acontecendo em meu ambiente de trabalho, procurei quase que imediatamente tomar providências no sentido de tentar fazer alguma coisa que fosse nobre de minha parte. Primeiro, como verá nas próximas publicações deste blog, dei ciência aos meus superiores das coisas erradas que estava testemunhando, e isso aconteceu não uma ou duas vezes, mas reiteradas vezes. Por fim, quando percebi que nada estava sendo feito, redigi uma extensa carta aos meus superiores maiores (Dra. Lucile Moura e ao Governador Wellington Dias) expondo todo o esquema de corrupção, detalhando fatos, nomes e valores. Tão logo leu a carta o governador, de quem eu esperava uma postura diferente, determinou minha imediata demissão. Foi então que, ao assistir a tragédia de Algodões pelas emissoras de televisão, vi que todas aquelas pessoas que morreram ou que tiveram suas vidas destruídas, eram vítimas da corrupção a qual eu testemunhara dentro da EMGERPI. Foi neste momento que me senti no dever, mesmo sabendo que estaria arriscando minha própria vida e futuro, de procurar as autoridades (Procurador Geral da República) e dar ciência de tudo o que sabia. Como você pode ver, Maurílio, não fui omisso. Pelo contrário, fiz o que todos aqueles que testemunham atos de corrupção deveriam fazer e, ao contrário, não fazem. Quanto a querer me auto promover, tenho a lhe dizer que esta não é uma verdade. Pelo contrário, acho que todos nós piauienses devemos fazer como eu fiz e estou fazendo. Dar ciência à sociedade de tudo o que está errado. Não podemos nos calar diante de fatos tão graves e tão venais. Faço questão de tornar público tudo o que vi e denunciei, sob pena do governo mais uma vez usar sua força e prestígio para abafar e engavetar mais esta sangria do dinheiro público. Gostaria que você pensasse diferente, pois minha intenção foi tão somente a de cumprir com meu papel de cidadão que acredita em uma país bem melhor do que esse que temos no momento. Obrigado por sua participação.

Anônimo 20 de setembro de 2009 às 16:37  

tão sábio nas palavras, parabéns.
parabéns pelo fato de falar.
parabéns pelo fato de conscientizar.

em especial, parabéns fato pelo q nã fez pra fazer no momento de feiçuras.

Jaylles Fenelon 20 de setembro de 2009 às 16:53  

Confesso minha ignorância, mas não consegui decifrar o sentido da frase "em especial, parabéns fato pelo q nã fez pra fazer no momento de feiçuras". Ainda assim, obrigado pela visita ao nosso espaço.

GUERRILHEIROS VIRTU@IS 20 de setembro de 2009 às 18:05  

Boa noite, companheiro, conheci teu blog através de um link disponibilizado por um blog de direita. Mewsmo aassim vejo em vc um companheiro que tem indignaações muito semelhantes às minhas.
Criamos nosso blog (minha esposa e eu) bem no meio de um confronto político com as direções municipal e estadual de nosso Partido.
Sou fundador do PT e se tenho ojeriza por corrupção, muito maior ela fica se esta atinge alguns corruptos que se infiltraram, principalmente devido ao nosso crescimento eleitoral.
Continuarei acompanhando tuas postagens.
Um abraço
Saroba & Suzana

Jaylles Fenelon 21 de setembro de 2009 às 07:24  

Caros correligionários SAROBA E SUZANA. Fiquei muito honrado com a visita do casal ao nosso espaço. Assim como vocês, também defendo os preceitos e ideais que fizeram do Partido dos Trabalhadores um símbolo de resistência e uma alternativa viável para um Brasil progressista e de inclusão social. Entretanto no Piauí, embora tenhamos em nossos quadros muitos companheiros e companheiras que não se desviaram, mesmo estando no poder, do nosso caminho de luta pautado na honestidade e na legalidade, há aqueles que mostraram-se piores dos que os que derrotamos nas urnas em 2002. Chega a ser inacreditável o emaranhado de corrupção que se alastrou em nosso Estado em função do deslumbramento de meia dúzia de correligionários que, revestidos do poder tão almejado, desvencilharam do discurso do passado e elegeram a corrupção e totalitarismo como instrumentos para enriquecimentos ilícito, perseguição e formação de quadrilha. Sei se tratar de uma minoria entre nós, mas quando nesta minoria encontra-se o general maior de nosso exército estadual, a força da maioria é fragilizada e o todo ridicularizado. Estive visitando seu blog (http://www. guerrilheirosvirtuais.blogspot.com) e pude observar, ao ler alguns dos artigos nele contidos, quem há razões supremas para que continue lutando e acreditando no PT e no Brasil. O partido no Piauí é hoje uma exceção, dado à falta de escrúpulos de seus dirigentes no estado, mas lutarei com bravura para que outros correligionários possam somar a mim seus esforços e juntos reescrevermos a história do Partido dos Trabalhadores no Piauí, hoje lamentavelmente associada a roubos, propinas, superfaturamento, compra de votos e todo tipo de crimes e ilegalidades. Um forte abraço e nossa admiração ao casal gaúcho tchê!

Anônimo 26 de outubro de 2009 às 13:49  

É ISSO GAROTO BOTA PRA LASGA!